Há pessoas que nos tocam de uma maneira inexplicável com palavras. Ainda mais quando não são nossas amigas. Não usam palavras que nós iriamos usar. Tão pouco vimos essa pessoa do outro lado da estrada em dia algum. Nem vivemos no mesmo país, muitas vezes. Escritores. Conseguem escrever o que a mim me deliciaria conseguir pensar num daqueles dias de luz palida em que se aproveita um Inverno tropical dos nossos, refastelados na esplanada do Trinca-Espinhas a beber uma cafezada e a ver os sets quebrar. Parece que têm um satélite apontado às nossas cabeças e imediata e incisivamente, tiram de lá coisas que nem nos sabemos capazes de pensar. Mas que reconhecemos como sendo nossas quando viramos a página e soltamos um sorriso de surpresa e orgulhozinho foleiro por nos revermos numa coisa que tanta gente leu ou está lendo ou irá ler ainda. Eu cá gosto. E consitui prova sólida de que não somos assim tão unicos e especiais. Que alívio! Isso dá-nos a oportunidade de relaxar. Descontrair e deixar o mundo fluir, porque se calhar, só se calhar, as coisas não estão assim tão mal. No fim, as coisas têm a importancia que lhes damos. Esta é a parte mais tricky. Talvez não o quanto, mas o quando e durante quanto tempo.
Coming home from very lonely places, all of us go a little mad: whether from great personal success, or just an all-night drive, we are the sole survivors of a world no one else has ever seen.
John le Carré
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