terça-feira, 1 de novembro de 2011

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Quando era pequena (sem gozo!) gostava de fazer uma janela com as duas mãos e ver por entre os meus dedo como uma fotografia, um mundo emoldurado. Como espreitar as paisagens que correm emolduradas no sentido contrário, pelo retrovisor do carro (saudades da Polette, especialmente de quando o retrovisor caía), a acelerarem, a fugirem de nós. 
Quanto dos outros podemos guardar em nós? Muitas vezes somos como papel de fotografia, uma Polaroid. Determinadas situações - boas, más, simplesmente triviais e sem qualquer importância, humilhantes, dolorosas - ficam impressas em nós, irreversíveis, mesmo que tenham ficado desfocadas..  Mas porque não outras? Como numa fotografia, não dá pra mudar. Faz-se um bocadinho de edição, passa-se um photoshop, corrige-se umas intensidades, esbatem-se as rugas. Mas não muda o que lá está.



wanna go there

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